21.8.07

o milho da discórdia
cuidado com os transgénicos

Parece-me que a polémica relativa às culturas de transgénicos em Portual só agora começou, que muito há a fazer para informar e sensibilizar a opinião pública para este assunto e não é só o milho que está em causa. Já aqui alertei para esta questão por duas vezes, relativamente à falta de interesse dos portugueses por ela, como de uma maneira geral não manifestam muita curiosidade por questões ligadas ao ambiente, e a imprensa só se interessa por elas quando os calendários mediáticos os obrigam na urgência, da pior maneira, e para a forma como os governos europeus e Comissão Europeia não procedem com transparência, para com os seus cidadãos, manipulando a informação a que têm direito, escondendo resultados de estudos.
Não defendo o que o movimento Eufemia Verde fez à plantação de milho do Algarve. Poderiam ter feito a coisa de outra forma, com uma intervenção mais simbólica e, talvez, mais espectacular ainda, sem, no entanto, ter dado aso ao sururu e à incompreenção gerados, mas tenho que reconhecer que foi radical, ao menos a questão foi levantada, infelizmente pelas más razões, porque foi uma acção desproporcionada que corre o risco de ser contraprudecente. No JN encontrei um artigo, bastante equilibrado, sobre o caso, de onde extraí algumas passagens um pouco mais esclarecedoras que o que se tem publicado nestes dias:

Relativamente à cultura de transgénicos em Portugal deve saber-se que
: "Obedecem a regras definidas pelo Ministério da Agricultura, que indicam, entre outros procedimentos, distâncias e barreiras entre o cultivo transgénico e culturas vizinhas. Mas organizações como a Quercus, que se demarca da actuação na herdade da Lameira, critica a lei portuguesa, que diz favorecer a contaminação cruzada. Também a Frente do Algarve Livre de Transgénicos surge a assinalar um nível de "precaução zero" na cultura destruída, em termos de contaminação.

A lei fala em pelo menos 200 metros de distância, ainda assim nem sempre obrigatórios, critica Margarida Silva, da Plataforma Transgénicos Fora. Segundo esta bióloga, "os governos têm tido como política facilitar os OGM" e o riscos de contaminação são uma realidade. "A coexistência é impossível", resume. Eventuais riscos para a saúde humana, na interpretação de Margarida Silva, que se apoia em alguns estudos laboratoriais, serão também de temer por quem consuma OGM.

Por parte da Liga para a Protecção da Natureza, uma posição sobre os acontecimentos de Silves só será tomada hoje. Mas, a título pessoal, o seu presidente adiantou ao JN não estar de acordo com a destruição. No entanto, Eugénio Sequeira tem muitos reparos a fazer à legislação. "É uma lei muito estranha as zonas livres de transgénicos só podem ser instituídas por unanimidade". Este dirigente assaca culpas aos jornalistas por não terem fomentado uma visibilidade ao tema das culturas transgénicas antes que qualquer grupo lançasse mão do argumento da destruição de uma cultura."

A totalidade do artigo no JN de hoje.

Postas anteriores sobre o assunto AQUI e AQUI.

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