12.7.07

Elas as máquinas e os "hackers"
para quando a democracia sexual ?


LA DEMOCRACIE A-T-ELLE UN SEXE ?

"Informática, profissão masculina? Na Malásia a afirmação faz rir. Na Faculdade de Informática e Tecnologia da Informação de Kuala Lumpur, a capital do país, todos os responsáveis de departamento são mulheres, assim como a professora sênior. Em Penang, há 65% de estudantes de informática, e sete (de dez) de seus professores são mulheres, chefiadas, também, por uma mulher. Mazliza Othman, a responsável pelo departamento, declarou que jamais encarou a informática como uma disciplina masculina [1]. “Não tem o jeito. Veja você, engenharia é algo que as pessoas vêem como masculino, ou geologia. Mas não informática. Eu não vejo nada de masculino na informática.” Ela apontou as razões: “A informática é um trabalho limpo, não necessita de uma grande força física; esta atividade é exercida pelo setor terciário, e permite até que se trabalhe de casa.”

Porém, fora da Malásia a informática é um ramo bastante masculinizado. Na França é a única disciplina científica que registra uma forte queda na proporção de mulheres. Se observarmos a feminização das escolas de engenharia, segundo sua especialidade [2], constatamos que as mulheres progridem em todos os setores, com exceção da informática. Após uma elevação a 20%, em 1983, a proporção voltou a seu nível inicial (11%, em 2000, 9%, em meados dos anos 1970). Em 1983, a informática era, nas escolas de engenharia, o setor mais feminizado, em pé de igualdade com a engenharia agrícola (seis pontos acima da média nacional). Em 2000, ela juntou-se à mecânica e à de defesa (13 pontos abaixo da média nacional) - duas áreas tradicionalmente mais masculinizadas.

Essa situação não é exclusiva da França. Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos ostentam números da mesma ordem [3]. Nos Estados Unidos, a curva de graduados em informática registra, como na França, um pico, no começo dos anos 1980 (com 37% de mulheres); depois, uma diminuição até os anos 2000. Entre as duas fases, a porção de mulheres diminuiu 10% para ficar em 28%, em 2001.

Entretanto, o número total de mulheres jovens que se dedicam à informática não variou tanto, durante todos esses anos. Mas, à medida em que novas formações foram abertas, os homens as ocuparam maciçamente. No fundo, a verdadeira questão a ser colocada não é por que as mulheres não gostam de informática, mas por que a paixão pelo domínio do computador, no começo dos anos 1980, tocou sobretudo os garotos.

Na infância, círculos de meninos que jogam e programam

Nos anos 1970, o computador foi imaginado como uma máquina a serviço da gestão de informação, mais ligado ao terciário — tradicionalmente mais feminizado — que a indústria. Quando uma jovem cientista imaginava que carreira escolher, a informática fazia parte dos meios socialmente aceitos para uma mulher. Menos estereotipado, por exemplo, que a engenharia civil ou eletrônica. Trabalhar com informática era como trabalhar em um banco ou numa grande administradora, lugares profissionais considerados mais apropriados para as mulheres do que as obras e a indústria. No início dos anos 1980, o microcomputador começou a se espalhar pela casa de garotos adolescentes. Eles sempre foram os primeiros a se equipar com novas parafernálias tecnológicas [4]. Foram os usuários prioritários, senão exclusivos, do computador familiar."
a totalidade do artigo traduzido na edição online do MONDE DIPLOMATIQUE Brasil
o artigo em francês no MONDE DIPLOMATIQUE
tradução em árabe MONDE DIPLOMATIQUE
em esperanto MONDE DIPLOMATIQUE

1 comment:

xatoo said...

carissima
acho que, na sua lista de blogues lhe estão a faltar alguns essenciais, surgidos ultimamente,
são eles:
Cinco Dias
Ladrões de Bicicletas
o Nadir dos Tempos
o Tempo das Cerejas
em compensação, tem outros links, absolutamente irrelevantes, que bem mereciam uma vassourada (afinal a vida é feita de escolhas, né?)

(peço desculpa por esta intromissão na sua vida blogueiral)

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