“Há em comum nestas medidas dois factos que escapam por agora à opinião pública. O primeiro é que, ao contrário do que aconteceu na legislação europeia anterior, a actual visa harmonizar por baixo, transformando os países mais repressivos em exemplos a seguir.
O segundo é o objectivo de fazer convergir o modelo capitalista europeu com o norte-americano. A miragem das elites tecno-políticas europeias muitas delas formadas em universidades norte-americanas é que a Europa só poderá competir globalmente com os EUA na medida em que se aproximar do modelo de capitalismo que garantiu a hegemonia mundial deste país durante o século XX.
O segundo é o objectivo de fazer convergir o modelo capitalista europeu com o norte-americano. A miragem das elites tecno-políticas europeias muitas delas formadas em universidades norte-americanas é que a Europa só poderá competir globalmente com os EUA na medida em que se aproximar do modelo de capitalismo que garantiu a hegemonia mundial deste país durante o século XX.
Trata-se de uma miragem porque concebe como causas dessa hegemonia o que os melhores economistas e cientistas sociais dos EUA concebem hoje como causas do seu declínio, fortemente acentuado nas duas últimas décadas.”
“A quem beneficiará o fim de um sindicalismo independente e o agravamento caótico do protesto social? Exclusivamente ao Clube dos Bilionários, os 1125 indivíduos cuja riqueza é igual ao produto interno bruto dos países onde vive 59% da população mundial.”
Visão por um terramoto de fraco índice na escala de Richter mas de longa duração!
6 comments:
e-ko,
Certíssimo. Todo o artigo do BSS.
Um beijo.
Se me for permitido assino
Gosto sempre muito de ler Boaventura de Sousa Santos: um contributo importante para a consciencialização necessária ao exercício da cidadania.
Espero muito mais, em termos de capacidade de transformação, de um sindicalismo independente, organizado, competente e informado do que de qualquer partido político. Os partidos não espelham as necessidades nem os anseios de grupos sociais, mas apenas a vontade de pequenos grupos de interesses, mais ou menos mesquinhos, que se vão "mantendo" em nome do chamado "interesse colectivo".
Na verdade e de uma forma simplista, os grandes interesses sociais estão centrados entre quem compra trabalho e quem vende trabalho.
Farelhão,
partilho contigo a mesma opinião, mas acrescento: que se é desejável que os sindicatos sejam mais esclarecidos e organizados, mas com uma forma diferente de organização, mais independentes de toda a espécie de facções, também os partidos têm de mudar profundamente e, se não mudam, aqueles que já existem, que apareçam outros com outras perspectivas que não a defesa de alguns interesses e a demagogia.
O movimento sindical português, à semelhança de muitas outras instituições nacionais, precisa de uma profunda transformação (somatório de várias transformações) . Estou a falar dos sindicatos + ou - ligados à CGTP, pois os outros são o que se sabe. Mesmo a nível europeu e depois a nível mundial, os sindicatos deverão preparar-se para o mais que previsível pós-capitalismo. Então, os trabalhadores serão chamados a um papel cada vez mais interventivo nas estruturas de emprego no que toca à organização e gestão das mesmas.
Estou a sonhar?
Talvez, mas o sonho comanda a vida.
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