Quando nas ruas de Rangum, os monges budistas viraram ao contrário as suas tigelas recusando a esmola dos militares, cometeram um acto de desobediência religiosa grave. No budismo, os monges vivem da caridade... ou fazem jejum. Escolhendo afrontar o regime do seu país, em 1988 e em 2007, os monges participaram num movimento de luta, pouco estruturado e disperso, que nasceu do contacto com a modernidade ocidental e a história das suas lutas revolucionárias.
Movimento igualmente herdeiro das lutas de emancipação anticoloniais, tendo como figura emblemática o Dalaï-lama, chefe religioso do Tibete no exílio. Este envolvimento dos budistas, religião praticada por mais de 50% da população, desde o século XI, contra o regime militar da Birmânia mostra-nos a força social da vida monástica no país onde, para uma população de 48 milhões de pessoas, existem cerca de 400 000 monges.
Esperemos que, as últimas lutas levadas a cabo pelos birmaneses, possam vir a ser seguidas de resultados concretos e duráveis, pelos seus direitos humanos e políticos, e para o fim do calvário de Aung Suu Kyi, democrata e Prémio Nobel da Paz.
Escrito a partir de dois artigos do Le Monde.
Pelo fim de 45 anos de violações dos direitos humanos: www.free-burma.org
3 comments:
Birmânia livre de quê?
livre dum regime muito democrático conduzido por militares muito simpáticos...
De volta, para me solidarizar com o povo da Birmânia. Aproveitei para deixar um link para cá.
Abraços, E-ko
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