Desta vez as coisas foram ditas. Pormenorizando as condições da compra (por 5 milhares de dólares) do Wall Sreet Journal por Rupert Murdoch, o editorial do quotidiano de negócios americano admite que esta compra terá mais consequências do que as únicas financeiras: "Nós conhecemos o capitalismo para saber que não há separação entre o controle e a propriedade."
Ora, exercido por Murdoch, o controle não é uma mera cláusula formal... Poucos industriais dos médias têm, tanto como ele, vergado as redações aos interesses económicos e políticos do proprietário. O tom do "Sun" britânico (descaradamente pró-Thatcher durante os anos 80) ou da Fox News nos Estados Unidos (tornando-se no principal transmissor de propaganda republicana) são um bom indicador. É verdade que o senhor Murdoch tem desenvolvido ou desenvolve igualmente boas relações com os trabalhistas de Tony Blair (que o Sun apoiou desde 1997) ou com os democratas como Hillary Clinton (cuja campanha presidencial recebeu uma contribuição financeira da parte de R.Murdoch) Mas, nos dois casos, acontece que, para além das convergênias políticas entre estes eleitos e o senhor Murdoch (a participação na guerra do Iraque por parte de Blair, e o apoio incondicional das políticas israelitas por de Hillary Clinton); os dois responsáveis políticos sempre favoreceram os negócios do industrial australo-americano: lobbying em favor dos seus jornais e canais televisivos, desregulamentação da comunicação de que o patrão de Newscrop (70 milhares de dólares de capital em bolsa) foi naturalmente um dos principais beneficiados.
O Wall Sreet J. é um caso à parte na imprensa internacional. Segundo quotidiano dos Estados Unidos pelas tiragens (cerca de 2 milhões de exemplares, logo a seguir ao USA Today, mas muito à frente do New York Times, cerca de um milhão de assinaturas da edição online paga), não esperou pela chegada do novo proprietário para publicar editoriais ultra-conservadores, caricaturais muitas vezes. Mas produzia também jornalismo de investigação duma qualidade excepcional. Relembremos, por exemplo, da que dizia respeito ao caso Daniel Perle revelando, em 31 de dezembro de 1999, a propósito do Kosovo, da dimensão exagerada que os governos ocidentais e da imprensa (incluindo o próprio WSJ... ) a propósitodos massacres perpetrados pelas tropas sérvias.
Tradução, que fiz sem dicionários para verificações, dum artigo do Le Monde Diplomatique de 3 de Agosto último.
Ora, exercido por Murdoch, o controle não é uma mera cláusula formal... Poucos industriais dos médias têm, tanto como ele, vergado as redações aos interesses económicos e políticos do proprietário. O tom do "Sun" britânico (descaradamente pró-Thatcher durante os anos 80) ou da Fox News nos Estados Unidos (tornando-se no principal transmissor de propaganda republicana) são um bom indicador. É verdade que o senhor Murdoch tem desenvolvido ou desenvolve igualmente boas relações com os trabalhistas de Tony Blair (que o Sun apoiou desde 1997) ou com os democratas como Hillary Clinton (cuja campanha presidencial recebeu uma contribuição financeira da parte de R.Murdoch) Mas, nos dois casos, acontece que, para além das convergênias políticas entre estes eleitos e o senhor Murdoch (a participação na guerra do Iraque por parte de Blair, e o apoio incondicional das políticas israelitas por de Hillary Clinton); os dois responsáveis políticos sempre favoreceram os negócios do industrial australo-americano: lobbying em favor dos seus jornais e canais televisivos, desregulamentação da comunicação de que o patrão de Newscrop (70 milhares de dólares de capital em bolsa) foi naturalmente um dos principais beneficiados.
O Wall Sreet J. é um caso à parte na imprensa internacional. Segundo quotidiano dos Estados Unidos pelas tiragens (cerca de 2 milhões de exemplares, logo a seguir ao USA Today, mas muito à frente do New York Times, cerca de um milhão de assinaturas da edição online paga), não esperou pela chegada do novo proprietário para publicar editoriais ultra-conservadores, caricaturais muitas vezes. Mas produzia também jornalismo de investigação duma qualidade excepcional. Relembremos, por exemplo, da que dizia respeito ao caso Daniel Perle revelando, em 31 de dezembro de 1999, a propósito do Kosovo, da dimensão exagerada que os governos ocidentais e da imprensa (incluindo o próprio WSJ... ) a propósitodos massacres perpetrados pelas tropas sérvias.
Tradução, que fiz sem dicionários para verificações, dum artigo do Le Monde Diplomatique de 3 de Agosto último.
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