27.8.07

as grandes editoras de música vão acabar por sufocar-se pela própria política que praticam

Já não é a primeira vez que envio a música, que aqui quero pôr no blog, para o imeem e que ao fim de poucas horas de colocada é subdtituida por 30 segundos de difusão em vez dos 4 ou 5 minutos lá depositados. Portanto a música de Miles Davis desta semana foi reduzida a nada. É o resultado desta política cega das editoras que apenas defendem os seus interesses, sob pretexto de preservarem os dos artistas e criadores, contra os piratas como eu, que paguei os meus CDs e que só pretendo partilhá-los com os frequentadores deste espaço. Os artistas e criadores começam a perceber que estas perseguições acabam por não lhes trazer grandes vantagens pois a enorme fatia de lucros destas operações, assim como a venda online de CDs virtuais, vai para esses mastodontes, cabendo-lhes apenas algumas migalhas.
Há, no entanto, uma coisa em que penso não enganar-me, é que qualquer internauta que descobre e aprecia um artista ou música por esta meio, procurará adquirir o que ouviu, ao passo que se entrar num grande espaço de venda sem o conhecer vai passar ao lado e só vai ver o que o marketing lá puser em destaque. Assim esses megastores, e outros mais pequenos, só acabarão por vender sempre mais do mesmo, o mais publicitado, o mais procurado e que não é de certeza o melhor.
Espero que tenha contribuido para a divulgação e venda dos discos da pequena editora ALPHA, que aqui foi objecto de um post e de um realejo, com o CD de música barroca francesa de Etienne Moulinié, intrepretada pelo Poème Harmonique, há duas semanas. E vou continuar porque esta editora faz um trabalho de grande qualidade e é por isso que comprei muitos dos seus CDs.

3 comments:

PostScriptum said...

Não podia estar mais de acordo contigo. O mesmo se passa no mundo dos livros. sabes quanto cabe ao autor? (Refiro-me aos livros)
A mim "deram-me" 10%...

e-ko said...

os problemas das edições de livros em papel ainda é outro. as editoras de música em CD têm muito menos despesas com o suporte, o iva é mais elevado, mas não é comparável com as despesas com o livro, o editor que tem uma estrutura que lhe permita fazer as suas distribuições é uma coisa, porque aqueles que têm de entregar as suas vendas a uma distribuidora, perdem, logo aí cerca de 50% entre a distribuição e a venda em livraria e depois há ainda todas as despesas inerentes à impressão e afins. Claro que a edição em Portugal é particularmente problemática (porque pequeno mercado é pouco rentável) conheci a coisa de muito perto. E as possibilidades das grandes editoras não são as mesmas das pequenas e, de uma maneira geral, são as pequenas que fazem um trabalho mais interessante.

Agora, as grandes editoras de música abusam das suas posições dominantes, então com a venda online de CDs ou faixas mp3, em que o comprador não recebe um objecto material, apenas descarrega, aí é que vai ser ter lucro... mas os artistas já começaram a ver...

PostScriptum said...

Concordo com a tua apreciação, mas concordarás também que é pouco animador para quem passa um ano ou mais a escrever um livro receber apenas 10%. Porque não o subsídio ao livro? À cultura de uma forma geral?
Em última análise tudo acaba e começa na falta de políticas educativas e/ou culturais.
Sublinhaste o papel -e bem - das pequenas editoras que para além de arranjarem circuitos alternativos à distribuição, estão a contribuir grandemente para a divulgação de novos autores. Alguns de excelente qualidade.
Bj, E-ko

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