10.2.07

não tenho andado com cabeça para mais...


Aqui vai um comentário que depositei num blogue que bem conhecemos (do Portugal profundo) mas, parece que o António não gostou, e envergou luto, já imaginava, mas, é o que penso e só é um comentário de caixa promovido a post, pois, no meu estado actual, não tenho andado com muita pachorra para fazer mais do que comentários:
"Não sou pelo aborto como método anticonceptivo. Não defendo a prática do aborto, nem, tão pouco, penso que a modernidade do nosso país nos venha por tal prática. A lei actual e o estado de espírito dos defensores do Nâo não impedirão a prática do aborto clandestino nem as suas consequências (graves sequelas para as MULHERES que abortam, mesmo em condições aceitáveis, nas clínicas de Badajoz, que bem caro custam ao SNS).
Vivi, mais de metade dos anos da minha vida, nessa EUROPA que legalizou o aborto o que não faz desses EUROPEUS, com quem convivi durante tantos anos, uns monstros criminosos. A Holanda, que tem a legislação mais liberal em relação à prática do aborto tem, igualmente, a percentagem mais fraca quanto a essa prática legalizada.
A prática do aborto - e insisto no termo sem querer passar para IVG - em França, não impede este país de ter a taxa demográfica mais elevada da EUROPA que é incentivada por uma política de apoio às MULHERES que escolhem ser mães e, muitas vezes, mães sós.
A legalização do aborto nunca obrigou nenhuma MULHER a praticá-lo, enquanto que, sem legalização, as condições materiais desfavoráveis, por vezes as famílias e os maridos, companheiros e namorados dessas MULHERES já as levaram a praticar esse acto ilegal em condições que põem em perigo as suas saúdes físicas e psíquicas. E nestas situações essas MULHERES estão, a maior parte das vezes, sós.
Que os senhores, postador e comentadores deste blogue, tenham uma moral ou uma ética que os levem a se sentir chocados com uma prática que reprovam, muito bem, mas não os obriga a condenarem as MULHERES, maioritariamente, concretamente, sós ou abandonadas e, ainda, se permitirem manifestarem-se chocados, quando a lei possa vir a remeter essa opção para essas mesmas MULHERES, mas a realidade ultrapassa os vossos raciocínios, por tantos séculos de dominação masculina.
Quem é que queriam que decidisse? O Papa? O Presidente da República? Os companheiros que as abandonaram? Os maridos que as coagem a tal decisão? Vossas Excelências? Não vos chega o espaço das vossas famílias? A ler-vos, uma mulher nunca terá uma maioridade cívica, como não a tinha em tempos mais obscuros. A minha maioridade cívica, veio-me por países dessa EUROPA, não teria chegado lá tão depressa, por estas terras, e pretendo usá-la a todos os níveis da cidadania.
Dia 11 voto SIM, sei que esta ordem de problemas não fica resolvida com este meu voto mas, sei que a legalização da interupção voluntária de gravidez não obriga ninguém a praticar o aborto e, entendo exigir e fazer "pressão" só ou com outros cidadãos, para que se faça uma política de educação cívica e sexual, um apoio de orientação e esclarecimento sobre a, eventual, prática do aborto, um planeamento familiar acompanhado pela necessária política de apoio às MULHERES mães - desde o resultado do último referendo, nada se fez - a responsabilidade aprende-se e não há responsabilidade sem liberdade como não há liberdade sem responsabilidade.
Todas estas políticas indispensáveis necessitam de meios, que o SIM ou o NÃO sejam maioritários, e que não venha o Bagão dizer que não há dinheiro para isso ou para pagar os abortos legalizados, se uma MULHER não abortar e que leve a sua gravidez a termo, o SNS tem de assumir essa despeza. Claro que um aborto clandestino fica mais barato aos cofres do estado e ao bolso dos contribuintes e, depois, vêm com a caridade às MULHERES mais carenciadas mas, qual caridade? uma muda de roupa e uma alcofa? As MULHERES precisam de meios concretos (creches, infantários, ATLs, abonos e meios para elevarem os seus níveis de formação pessoal e profissional) mudas de roupa, cor-de-rosa ou azul, não chega, não AS andem a enganar, isso é poeira para os olhos!
Os meios financeiros têm aparecido, para as empresas de empresários que os gastam mal gastos, que praticam políticas de emprego que nada ajudam, em particular, as MULHERES que desejam ter filhos. Isto é um novelo bem embobinado que em nada promove a nossa economia e não ajuda as políticas necessárias para as MULHERES mães e a família, e, que não nos deixa saír deste fim de cauda da EUROPA, a todos os níveis!
Só vejo atraso, a todos os níveis! Só pela exigência, a todos os níveis, e insisto, saíremos deste atoleiro!

5 comments:

maloud said...

Claro que amanhã votarei mais uma vez SIM.
Não sei se se deu conta que quando o NÃO saltava com os gráficos do Eurostat, tínhamos sempre as imagens de Espanha e do Reino Unido de enfiada e depois a voz definhava e a mão paralisava. Holanda, Suécia...nickles.

e-ko said...

Não acompanhei muito a campanha, para ser honesta mas, sei do que a casa gasta!
O poder da igreja jogou todos os trunfos de que dispunha...

Bernardo Kolbl said...

Votei não. Mas gostei deste post. Boa noite.

maloud said...

Finalmente, E-Konoklasta. Tanto tempo desperdiçado, mas não vale a pena chorar sobre o leite derramado. Agora é andar em frente.

vinte e dois said...

Muito bem e aplaudo este post!!!

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