3.9.06

e-konoklasta recebe um iconoclasta

Maurizio Cattelan, é a personagem marcante que emergiu da cena das artes plásticas em Itália na década de 90. Nasceu em Pádua e já não está muito longe dos 50. Está, hoje, representado nas maiores e melhores coleções de arte, assim como em diversos museus. Vive hoje em Nova Iorque, "meca" das artes plásticas.
Herdeiro da cultura popular, da arte "povera" e do espírito iconoclasta (sim, este é um iconoclasta, eu só sou e-konoklasta) de Piero Monzoni; trabalha diferentes temáticas que têm a ver com a instituição, a aceitação da arte contemporânea e dos seus acontecimentos mediáticos.
O seu trabalho apresenta-se sob variadas formas: instalações, esculturas, mais reais que a realidade, realizadas em cera (Hitler, João Paulo II, Kennedy, e animais). As suas intervenções discretas, mas provocadoras (há histórias abracadabrantes com colecionadores, galeristas e outros magnatas, de que é exemplo a imagem aqui destacada) disfarces, roubos, cópias, deslocações de exposições ou de público, que são uma interrogação às relações entre a arte e a vida e colocam, sempre, pelo humor que range (como rangem as portas ou os dentes) a questão do papel político-mediático do artista na sociedade contemporânea.
A qui vos deixo com que meditar, a propósito das polémicas à volta da coleção Berardo, sobre o que é e o que não é arte e do papel irreverente de alguns artistas, contra a lógica do mercado da arte, que por sua vez se deixam absorver por essa mesma lógica. Círculo viciado, sem fim.

No comments:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...