os ícones prisioneiros da caverna de Platão

Akos Birkas, óleo sobre tela (2005)

O pintor Akos Birkas, nasceu em 1941. Vive em Budapeste. Inspira-se dos muitos estudos, abstractos, realizados a partir da observação dos dispositivos, pictóricos e ordenativos, do ícone bizantino, pela questão do Rosto, dirtinguindo-se da Figura. Funda a sua genealogia, na particular representação humana que é o ícone bizantino, para, depois de uma longa vida nómada, rica de experiências, se encontar num enquadramento cinematográfico, mas, onde, os rostos existem, em espacialidades e temporalidades disjuntas, não conseguindo constituir-se em comunidade.

É, bem, este estado contemporâneo dos olhares, presos ao fascínio dos ecrãs, de que nos fala o artista: estado daqueles, que olhando na mesma direcção, sobre o modelo dos prisioneiros da CAVERNA de PLATÃO, acabam por não se ver, entre si, dissolvendo-se numa pareceria aglutinante de trajectórias, onde o encontro é improvável, ou, transaccionável.
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