13.4.06

o fim das ligações perigosas entre editores e professores

texto do comunicado do concelho de ministros:


"Foi hoje aprovado em Conselho de Ministros o novo regime dos manuais escolares, que institui a certificação prévia dos livros por parte de comissões de peritos, alarga o prazo de vigência de três para seis anos e prevê mais apoios para os alunos com maiores carências.

De acordo com a proposta de lei, que será submetida a discussão e aprovação na Assembleia da República, será criado um sistema de avaliação dos manuais escolares, antes destes serem adoptados pelas escolas. Este processo começa a ser aplicado progressivamente a partir de 2007/2008.

Todos os editores passarão a ter de submeter os seus manuais a comissões de peritos constituídas por docentes, investigadores, membros de associações pedagógicas e sociedades científicas, que irão avaliar qualitativamente os livros, com a menção de "certificado" ou "não certificado".

O objectivo é assegurar “a efectiva qualidade dos manuais escolares, garantindo a sua adequação ao currículo nacional e aos programas em vigor, assim como as regras de rigor científico e pedagógico", explicou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, no final do Conselho de Ministros.

Depois de certificados, os professores de cada escola ou agrupamento de escolas terão de seleccionar os livros que mais se adequam ao seu projecto educativo.

A proposta de lei prevê também a limitação das actividades de promoção desenvolvidas pelas editoras junto dos professores."
TEXTO INTEGRAL



Muitos não reagirão a este texto oficial e, mesmo que não seja do género a andar a louvar qualquer medida do Governo, devo dizer que esta me satisfaz. A definição de regras de publicação e comercialização de livros escolares é o fim dum previlégio de grandes editoras, que não hesitam em "rodear de atenções" professores que as tomam como um dos previlégios que lhes são devidos. E ainda têm o descaramento de declarar que, o atrazo das últimas negociações, eram da responsabilidade da ministra...

Conheço-lhes as desonestidades, no número de exemplares declarados como publicados, que não correspondem à realidade, e na forma "inchada" como fixam os preços, para depois puderem lançar, com grandes descontos, muitos exemplares, de livros editados recentemente, o que é ilegal, nos grandes super-mercados, para que estes façam o "dumping" que lhes convém. Depois admirem-se que as livrarias tenham de fechar as portas, como há pouco na Amadora e em todas as Amadoras do país.
Mas são, sobretudo, os encarregados de educação, que ficarão a ganhar com esta medida.

1 comment:

maloud said...

Auto-reformei-me do ensino liceal há 30 anos, mas entretanto tive duas filhas que fizeram estágios pedagógicos e que ficaram horrorizadas com os livros adoptados pelas escolas. Nunca os seguiram. Quem é que lucrava com a escolha bizarra?

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