26.7.07

um rasto de ferrugem deixado na paisagem


Ferrugem nº 3

Depois foste-te embora
As tuas mãos calejadas e cansadas
No seu corpo metálico

Depois foste-te embora
E nunca lhe perdoaste a ferrugem
Do seu corpo metálico

Depois foste-te embora
Amarrado a saudades perdidas
E ao seu corpo metálico.

Aterrada. Como uma nave espacial que enferruja.
Décadas de dissolução e enxofre.

Marte na terra.

Morte na terra.

Morte na terra.

Quente e serêna. Ainda
Falta o anoitecer mais uma vez.


E os pulmões cegos de ar demasiado quente
E sêco anseiam pela brisa nocturna.


Uma rã canta o rio antiquíssimo.

Para a E-Ko

3 comments:

  1. Oh, bem...
    Já me estou a sentir tímido.
    Os meus poemas assim a acompanhar os outros como bons amigos.

    Fico tímido.
    Gosto muito dos teus traços, Teresa.

    Um beijo.

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  2. Anonymous8:35 PM

    Momento muito bonito. Nem deveria interromper ou acrescentar letras mas tb, sou humana. Não resisto à beleza, a comentá-la.
    A música do blogue tb como sempre, *****
    Bj,
    M.

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  3. @provavelmente talisca

    e que tal publicar um livro com os teus poemas e as minhas imagens...
    é uma ideia!

    @moriae

    a casa está aberta a todos e os comentários são o nosso prémio.
    bj


    voltem sempre
    teralmat

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