21.5.06

Em Podgórica, espera-se a independência do Montenegro

Cerca de 50 000 pessoas reuniram-se em Podgorica, capital do Montenegro, para exprimir a vontade de independência, três dias antes do referendo sobre a questão.
Duas sondagens deram um pouco mais de 56% aos independentistas, um pouco mais do que seria necessário para uma victória no referendo.
O Montenegro, que era uma das seis repúblicas da Jugoslávia de Tito, é a única a guardar uma ligação à Sérbia, depois do desmantelamento sangrante daquele País, nos anos 1990.

VÍDEO:

8 comments:

maloud said...

Visitei a Jugoslávia logo a seguir à morte de Tito. Estive na Eslovénia, na Croácia e no Montenegro, em viagem não organizada {nunca fiz, mas detesto}. Se me dissessem o que estava prestes a acontecer, não acreditaria. Talvez além de incriminarmos uma série de patifes nacionalistas que tornaram a barbárie possível, devessemos pedir contas a alguns Estados bem democráticos que incentivaram este descalabro.

james said...

Maloud,

embora concorde, em parte, com o seu raciocínio, será que havia outra coisa a esperar da Jugoslávia, depois da morte de Tito?
Aquela "unidade federativa" não era artificial?
Como sabe, o mapa geo-político da região há muito que estava em convulsão, se é que alguma vez esteve estático...
Será que a "pacífica coexistência" de culturas e religiões era verdadeira? Ou era imposta?
Será que todo o nacionalismo degenera necessariamente em barbárie e carnificina?

maloud said...

Hefastion
As sondagens foram certeiras. Acabou a Jugoslávia.
Eu não sei, se aquilo era inevitável. Só fui lá parar, porque o tempo estava insuportável no sul da França e em Itália. É verdade que só conheci os hoteis de 5 estrelas {que quer? sou uma burguesa incurável}, mas desde os guardas da fronteira, até aos directores de hoteis, todos foram gentilíssimos. Depois nós éramos uma exotice, porque vínhamos de um país distante e de uma cidade, que eles só conheciam, porque o FCP nesse ano tinha sido campeão europeu e porque não encaixávamos na carneirada, que vinha com tudo pago. Éramos mais "sofisticados". Isto deu-nos direito a convites, para "festas" só com jugoslavos, que arranjavam sempre alguém que falasse ou inglês ou italiano, para servir de intérprete, porque a língua estrangeira que eles falavam era o alemão e nós não sabemos.
Agora houve três coisas que me impressionaram muito favoravelmente: não vi corrupção {alguns pequenos "agradecimentos" que pretendemos fazer a directores de hoteis foram sempre rejeitados}, nem miséria e o nível educacional estava a milhas do nosso.
Sabe, desde que começaram as atrocidades penso muitas vezes no que aconteceu àquela gente. Terei estado com pessoas capazes de matar? de torturar? Claro que nunca encontrarei a resposta. Para mim é evidente que nunca mais lá voltarei, e tenho pena.

maloud said...

Esqueci-me de lhe dizer que ia morrendo de fome. Saí de lá com 39 Kg, porque só como, e como muito, se gosto. Nos restaurantes ficavam atónitos, porque o prato vinha e ia e eu nem lhe tocava. Repugnava-me. Alimentei-me a melancia e champagne, comprado nas lojas só para estrangeiros.

james said...

Maloud,

pelo que li está à beira de um texto de literatura de viagens...

maloud said...

Hefastion
Literatura de viagens àparte {touchée}, acha que o Montenegro consegue sobreviver sem a Sérvia?

james said...

Maloud,

penso que sim, tal como Portugal e Castela,com as devidas adaptações...

e-ko said...

Claro que vai conseguir sobreviver, com a benção da União Europeia, e para bem da paz na região. A Córsega e a Galiza teriam mais dificuldades, pelo menos políticas, a França e a Espanha são estados membros.

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